quinta-feira, 29 de setembro de 2022

O senhor está muito bem

 O senhor está muito bem




Esta semana foi boa. Concluí exames de rotina e voltei na consulta de retorno para o médico avaliar meus exames de sangue que medem vários parâmetros, além de  eletrocardiograma, série de acompanhamento de pressão arterial e glicemia. 


Cheguei no  “postinho” do Glória com consulta agendada e fui atendido com pontualidade britânica pelo médico que foi na área de espera de fora do postinho  anunciar meu nome e me encaminhar ao consultório. Tratamento vip.


Leu os exames e explicou item por item. Muito atencioso o médico cubano. E num dos itens ele foi certeiro: - O senhor come muita carne vermelha, né? Só me restou  responder que sim, pois os exame de sangue PSA apontaram isso, bem como as vitaminas todas em excelente nível.


Desta vez não falou no peso. Ufa, ainda bem porque todos mandam emagrecer. Aproveitei e já peguei os remédios para tomar durante o mês e agora nova consulta só no ano que vem.  E com motivos para comemorar este 1º de outubro.


Vocês não sabem o que se comemorar neste sábado, 1º de outubro? Eu conto para vocês: É o Dia Internacional do Idoso


Cuide bem co velhinho que você tem em casa.




segunda-feira, 12 de setembro de 2022

O meu melhor amigo

 O meu melhor amigo



Nos últimos dias ele ficou na UTI, seus rins pararam, ulcerações no estômago dificultavam a alimentação. Veio para casa e gostava de ficar na minha cama. Não conseguia mais comer e olhava para mim com súplica. Embaixo do edredon, pegava no sono e roncava só se eu segurasse suas patinhas. Quanto eu soltava ele acordava e com seu olhar, pedia que eu voltasse a pegar suas frágeis mãozinhas.


Estava sofrendo. Voltou a clínica que nos avisou para ir visitá-lo em seus  últimos momentos. Encontrei-o com os olhos vidrados perdidos no horizonte, imaginei, por instantes,  que já tinha morrido. Ouviu minha voz e me viu, levantou a cabeça, arregalou os olhinhos e me procurou. Cheguei perto dei um beijo e segurei suas patinhas, ele ficou feliz, deitou a cabeça no travesseiro e lágrimas começaram a cair de seus olhinhos. Falei

-Meu amigo, meu amor, meu filhinho. Não chora. Estou aqui. Vim te ver. Você faz parte da minha vida. Senti que ele estava esperando por palavras de carinho, de atenção e de um amigo que conviveu com ele por quase 12 anos. Meu companheirinho.


Surgiu em nossas vidas em uma noite de frio e chuva. Meu filho Arthur estava indo para a Univille. No terminal central antes de embarcar no ônibus viu um cachorrinho assustado, tremendo, todo molhado e com frio. Nem embarcou no ônibus. Acolheu o pequeno e trouxe para casa. 


Foi batizado como Banzé, que era um cachorrinho personagem do desenho animado A Dama e O Vagabundo da Disney e marca de uma bala fabricada em Erechim, que me trazia boas lembranças de infância

Minha relação com ele foi de imediato amor à primeira vista. 


É claro que brigamos quando ele fazia as necessidades no meio da sala. Era também o cachorrinho com a fala mais estranha, uivos que ninguém entendia. Não falava muito, porque uma veterinária disse que ele era surdo. Duvido deste diagnóstico.

 

Ficava todo exibido quando ia tomar banho e voltava de gravatinha. Já o chamei de delinquente, e de zé pilantra. Era divertido, esperto e já parou ruas importantes com grande movimento em alguns momentos que fugiu. Não dava para a gente vacilar. Rápido igual Usain Bolt.


Difícil entender de onde vem tanto amor por uma bolinha peluda. Nos cativam, nos amam, invadem nossa alma e nos arrancam lágrimas e estendem nossas vidas.


Vou sempre segurar sua mão e enxugar suas lágrimas. Este amigo estará sempre em meu coração.


Banzé: * 3/3/2011/+ 12/9/2022 (16h30min) - 11 anos 5 meses 8 dias