Quem será que é?
Há 30 anos sou usuário do “postinho” de saúde, que agora inventaram um novo nome, Unidade Básica de Saúde da Família, aqui no bairro Glória. é um simpático postinho com uma equipe pequena e super preparada, atenciosa e educada. Sempre atendem os "velhinhos" e os novinhos também com um sorriso e com cortesia.
Mensalmente retiro remédios, verifico a pressão arterial e mantenho minhas vacinas em dia. E sempre há um grupo de idosos por ali, ou para serem atendidos, pegar remédios ou acompanhar alguém. Esta semana fui me vacinar contra a gripe (influenza). Como sempre fui bem recebido e conferiram minha carteirinha e solicitaram que aguardasse a minha vez. Assim o fiz, e fiquei observando os demais.
Passei os olhos em cada pessoa, Notei um casal da minha rua e um senhor me olhava, fazia menção de me cumprimentar, enfim como se me conhecesse. Confesso que não percebi muito, pois não o reconhecia.
Passados uns 10 minutos, ele chamou meu nome para meu espanto.
Como sabe quem eu sou? Estou famoso e nem sei?
Ele levantou do banco e se aproximou, e puxou conversa.
Como estás? Está tudo bem? Não saiu sua aposentadoria ainda? Questionou. Daí o reconheci, quando chegou bem perto. Confesso que fiquei envergonhado sem ter onde enfiar o focinho. Era um grande amigo e colega de trabalho que por muitos anos trabalhamos próximos. Eu era secretário de Comunicação do prefeito Luiz Henrique e ele chefe de Gabinete. Era o Fraiz. Firme, forte, saudável, porém mais magro e sem o seu tradicional bigode. Aparenta mais jovialidade aos quase 70 anos, possivelmente pela leveza sem o farto bigode.
Recebeu a quarta dose contra a Covid e saiu serelepe,
Segui para sala de vacinação, fiz uma injeção no glúteo e verifiquei a pressão. E a enfermeira recomendou: - O senhor tem que vir mais vezes acompanhar a pressão para registro no sistema e acompanhamento médico. Garanti a ela que vou mais vezes sim. Ainda envergonhado de não reconhecer um bom amigo e colega que durante anos trabalhamos em salas uma do lado da outra sai do postinho e respirei fundo na varanda onde se espera a hora de atendimento.
Na saída, já indo embora. Outro senhor, me cumprimenta, vem falar comigo.
Você aqui? Puxou conversa. Desta vez prontamente repondi que fui me vacinar. Trocou algumas palavras e me despedi.
Continuo sem saber quem era nem de onde o conheço. Mas a fisionomia não é estranha.
Será que estou caducando?
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