Adriana e sua família sempre foram batalhadores. Gente simples de um bairro pobre que acordavam cedo e saiam a luta. Dona Maria a mãe de Adriana e mais um casal de filhos viviam com o orçamento apertado, já que o pai saiu pelo mundo embarcado. Queria descobrir novos mares. Deixou a mulher e três filhos numa casinha simples que mal tinham dinheiro para os reparos necessários.
As crianças eram saudáveis e bonitas. Adriana era de dar inveja, pois chamava atenção por onde passava. Era uma morena linda de cabelos lisos, que lembra Luiza Brunet em sua melhor fase quando era modelo de uma marca de jeans.
Se fez mocinha e teve de ir para o mercado de trabalho. A mãe trabalhava como faxineira e desde cedo deixava os filhos sozinhos. Cada um que se arrumasse, tomasse café e fosse para a escola. A Adriana mais velha já com seus 14 anos foi procurar trabalho e foi fácil uma colocação, como auxiliar de escritório de uma grande companhia de transportes.
Responsável, estudiosa e bem cuidada. Tratava do corpo, se vestia bem com o pouco que ganhava, era caprichosa com ela mesma e sua beleza natural a tornava uma moça muito linda, atraente, sexy. Educada, sempre com um sorriso e uma boa conversa cativava até mesmo os mais brutos. Fazia questão de ser simpática ao dar um bom dia, uma boa tarde e leve sorriso no rosto iluminava pode passava.
No terceiro mês de trabalho ela chamou a atenção do filho do conglomerado de empresas onde ela trabalhava. Ele a viu e a desejou. Era assim mesmo, olhares de pecado para menina. Afinal ele era rico e poderia fazer qualquer coisa. Era o dono da empresa, no melhor estilo coronel do interior que atendia às suas vontades através do poder e da força.
Não foi preciso usar este artifício. Ela também aceitou seus olhares e logo em seguida um romance iniciou. Mas sempre voltava à vida de pobre com os irmãos e a mãe, na mesma casa.Assim foram alguns meses até que o patrão namorador propôs que alugasse um apartamento mobiliasse do gosto dela . Ela escolheu um bom apartamento bem no centro, perto do estádio de futebol. Local valorizado. E com vista para o campo do clube mais querido da região.
Esta é a situação que ela sempre sonhou, Sair daquele bairro de gente pobre, da casa simples e ter seu carro, comprar em shoppings. Poder ter uma geladeira cheia, sapatos bonitos e bancar a madame aos 16 anos. Era tudo que sempre desejara.
Estava feliz, mas seu desejo por intimidade era maior do que tudo. Tinha sonhos, tinha vontade, queria mais do que o companheiro podia dar.
Não demorou muito para assistir aos jogos e se interessar por futebol que via de sua varanda luxuosa, bebendo espumante, comendo iguarias e admirando o físico dos jogadores de futebol.
Numa tarde de terça-feira, acompanhando o treino, se encantou com o goleiro do time. Nada bonito. Mas era seu sex appeal. Abanou para chamar a atenção dele, escreveu em um cartaz o número do apartamento. Ele entendeu e após o treino apertou o interfone. Ela disse que liberaria a entrada e o fez. Chegando na porta do apartamento, já estava entreaberta. Adriana sentada no sofá sem qualquer peça de roupa. Não foi preciso falar nada. Tudo aconteceu para atender os desejos de uma jovem fogosa.
Os encontros constantes continuaram acontecendo e também mudando de local para atender os desejos de volúpia da jovem ninfeta.
Após meses de encontro o fogo e a paixão aumentavam. E os perigos também.
Ela dirigia uma camionete moderna potente, cara, dessas que há poucas em uma cidade pequena, visto o preço deste veículo.
Numa tarde de sexta-feira um motorista de carreta chega na transportadora e fica meio estranho. Olhou o patrão, no pátio da empresa e fez uma brincadeira:
Ué, já chegou aqui? Foi igual coelho então? E deu uma risada
Do que está falando ? questionou o dono da frota
Te vi entrando no Motel ali na BR. E já está aqui, como passou por mim?
Você me viu? Quando?
Faz meia hora.
Numa explosão pegou o carro e se dirigiu ao motel indicado. Privacidade para ele que é rico não conta. Meteu o pé na porta e encontrou o que não gostaria de ver.
O atleta de alcova deu no pé, a pé mesmo, afinal estava acostumado a correr nos gramados por horas em dias de sol. Sumiu na bracatinga e Adriana caiu em choros, em prantos. O marido puxou-a pelos cabelos, a arrastou quarto afora e jogou-a dentro do carro e seguiu para casa. Juntou seus pertences no luxuoso apartamento de apenas um por andar, encheu a carroceria da camioneta e rumou para o antigo bairro onde morava com a mãe e os dois irmãos, antigamente. Ao verem a movimentação, a chegada de um carrão daqueles a vizinhança toda foi para a rua.
O marido da Adriana está aqui no bairro, que honra. - uma comentou
É muito rico- disse outra
Que sorte teve a filha da dona Maria, sair dessa miséria- disse outra vizinha
E se seguiram os comentários até ele parar em frente a casa, descer do carro com fúria, abrir a porta do carona e puxá-la pelo braço jogando-a na frente da casa. Abriu a carroceria e despejou roupas, calçados e bolsas.
É isto que você merece. Gritou para quem quisesse ouvir e saiu em arrancada. Ela ficou sentada no chão chorando, prantos e lágrimas que causariam um dilúvio.
Eu não quero mais ser pobre. Não quero ficar aqui - repetia insistentemente com a voz fraca, emocionada e triste. Nenhuma das vizinhas foi acalentá-la. Ninguém demonstrou qualquer sentimento de empatia com aquela menina que viram crescer.
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