Na lousa montada sobre o cavalete na calçada do bar estava escrito: Hoje mariscada afrodisíaca. Apenas 10 pilas a bacia. Como é de costume, um grupo de amigos que se reúne sempre no mesmo lugar, combinaram de ir comer o tal marisco e beber algumas cervejas na noite quente de quinta-feira.
Neste bar, o bolicheiro faz costelada, dobradinha, linguiçada e outras comidas de boteco. Higiene do banheiro nem é bom comentar, imagina onde a comida é feita.
Quando o grupo chegou lá pelas seis horas da tarde, chamaram o dono do bar e pediram para início da reunião seis bacias de bom marisco com propriedades sobrenaturais de ressuscitação. Só que a decepção foi grande. Havia acabado e só tinham duas marmitas guardadas e já pagas antecipadamente.
- Ué! O que aconteceu: Está ali o anúncio e viemos experimentar o milagroso marisco. Questionou um dos colegas.
- O amigo de vocês veio mais cedo, devorou o estoque, comprou duas marmitas que estão guardadas para ele levar e atravessou a rua, explicou o dono do bar apontando para uma casa de tolerância ao lado do posto de gasolina e tradicional na cidade. Saiu daqui garganteando que hoje vai passar o rôdo.
- Ficamos muito putos da cara com o sujeito, que se adiantou na poção e foi se divertir na casa que tem pelo menos de 40 a 50 recepcionistas belas, bem arrumadas, agradáveis e caras. Para frequentar tem que ter tufo na guaiaca, como diz um renomado arquiteto conhecido nosso.
O grupo ficou por ali, uns pediram amendoim, outros batatinhas fritas de pacote e cada um bebericou a bebida de sua preferência. Uns minutos mais tarde deu movimentação na casa. Uma ambulância entrou rapidamente e o sexto sentido do grupo deu o alerta.
- Deu merda com o fulano, vamos lá.. Correram e lá chegando estava o vivente sendo atendido pelos socorristas. Estava com o soro e sendo levado ao Pronto Socorro.
A dona casa falando grosso já intimou:
- Vocês são amigos do fulano? Tratem de pagar o que ele ficou devendo e limpar esta vomitança toda de marisco que ele fez. Uma das hostess estava fantasiada de marisco, salsinha, cebola, cheiro de molho com ácido de vômito. E esbravejando sem parar.
- Madame. Não conhecemos este senhor. corremos aqui porque vimos a ambulância chegando e poderia ser algo grave, respondeu o mais velho e ladino do grupo e já foi retirando o grupo da casa, antes que dona, muito esperta atravesse a rua e pergunte ao bodegueiro.
Deve ser lenda urbana ou litorânea esta de que o marisco faz milagres…Deu congestã..