Na caixa da lenha não
Numa manhã fria, lá fora a geada branqueou tudo, a mãe de um amigo levanta cedinho para acender o fogo e iniciar o dia. Sentiu um cheiro estranho na caixa de lenha, imaginou que fosse canela, que possui um odor muito forte. Tentou “principiar o fogo” até com grimpa de pinheiro e nada. Mas para entender vamos voltar uma semana antes.
Durante infância e adolescência construímos amizades que se eternizam. E após 40 anos ou mais sem se ver encontramos amigos verdadeiros e a reação é de como se tivéssemos nos encontrado na semana passada. É sempre prazeroso.
Assim tem sido. Já encontrei amigos da 5ª a 8ª série quando estudávamos no Polivante. Mais recentemente encontrei outra turma dos 30 anos de formatura e aceitei o convite do Paraguaio para ir numa festa do chope em Colônia Independência. Lá onde o Paraguai dá de costas com a Argentina. A distância dos anos não separou a afetividade de amigos.
Mas isto me retorna aos anos 80.
Mas voltando há 40 anos, tinha um colega que morava perto dos bombeiros, na descida da rua do antigo Colégio Industrial, hoje Haidee Tedesco Reali. Caminhávamos juntos na saída da escola, lá do Polivalente, íamos até a Sete de Setembro, na esquina da Incasel e seguíamos para o centro. Ele ficava na Praça dos Bombeiros, descia a rua Goiás e estava em casa. Eu seguia mais um eito até em casa, ali perto da Escadaria na rua dos Correios.
Tempos depois ele se mudou lá para perto dos trilhos, perto do Ginásio São Pedro.
Aos sábados geralmente saíamos para ver a noite. Nada de espetacular. Máximo uma caminhada, um cachorro quente ao lado do Inamps, onde hoje é o Caità.
Depois uma volteada pela cidade, algumas cervejas e íamos para casa. Afinal o inverno erechinense era muito cruel.
Passei na casa do colega, que só vou citar as iniciais Roberto Kunze, que já foi astro do Futsal. A mãe dele na cozinha recomendou que não era pra gente voltar tarde. Tudo certo.
Mas acho que abusamos um pouco e lá por altas horas cada qual seguiu seu rumo em trajetos opostos.
Uma semana depois voltei na casa dele e a mãe tentando descobrir quem era o vulto na madrugada que errou o banheiro e fez xixi na caixa da lenha, ali na cozinha. Ele levantou a tampa da caixa da lenha e não do vaso sanitário e ali fez ao chegar em casa meio atrapalhado.
Eu não fui, porque segui para minha casa….Já imaginou tentar principiar fogo com lenha molhada? E numa manhã fria de geada?
Obs: geralmente preservo os nomes, mas como o Roberto é meu amigo e se passaram 40 anos o “crime” prescreveu e não posso ser processado.
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