sábado, 15 de fevereiro de 2020

Sabores da minha infância

                                                           Sabores da minha infância


Sempre gostei de comer bem, e sempre lutei contra a balança por causa do peso. Mas o prazer de uma boa mesa é algo indescritível. Mesa cheia, comida deliciosa, aromas e sabores. Meus programas preferidos na TV são os de culinária, documentários e séries tipo CSI.


Mas voltando 50 anos no passado, os aromas e sabores ainda estão na minha mente. Nas sextas-feiras de frio tinha brodo, um caldo de galinha que ferviam o dia todo e de noite comíamos com a presença de alguns vizinhos. Vinho tinto, pão de forno que tínhamos no fundo do quintal.


Nos domingos o tradicional churrasco feito em espeto. Só vim conhecer grelha 30 anos depois em Joinville. Outro aroma que vem na lembrança são dos tachos de doces. Fogaréu no pátio, tachos de cobre, pás longas de madeira, açúcar, frutas. Dalí saiam doces de abóbora, figo, pêssego e tantas outras.


A sopa de feijão que minha cunhada Rosa fazia era um espetáculo. Dava para lamber a panela e o pão grosso com molho de carne da vizinha Dona Palmira já comentei aqui tempos atrás.


Mas às vezes aos domingos me levavam para almoçar na casa do “seo”. Pedro Pichler pai. Um austríaco que se migrou para o Dourado com a família e depois se estabeleceram em Erechim, ali perto do frigorífico. Ele é pai de meu cunhado.


Na propriedade ainda existe um belo mato de araucária preservado e ele se dedicava a limpar embaixo daquele bosque, juntava folhas e grimpas, mantinha tudo organizado. Aos domingos preparava o churrasco. Era uma churrasqueira feita de pedras embaixo das árvores e ali também tinha uma mesa com bancos para o almoço. Minha preferência era um frango que ele preparava, com temperos de ervas finas todas de sua horta. Ervas, sal e pimenta. Assava com calma até dourar. Aquilo se desmanchava, O aroma percorria com a brisa todo o bosque e os sabor ainda sinto na boca. De sobremesa minha preferida era o apfelstrudel feito por dona Irma. E algo que me chamava atenção do seo Pedro é que ele tomava muito café durante o dia, mas gelado. Sim. Fazia um bule de café colocava na geladeira e tomava aquilo como se fosse água, sem açúcar. Achava estranho, mas enfim, melhor não contrariar.


Aroma e sabor também de boa lembrança é quando matávamos porco. Dia todo de trabalho, Mata o bicho, pela, corta, faz torresmo, linguiça, salame, latas de banha que eram guardadas no porão. O tacho queimando a pele para fazer o torresmo era um aroma que inebriava as narinas e o torresminho quente saboroso. De sobremesa ambrosia ou arroz doce com canela.


Huuummm, que delícia. Deu fome.


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