Há duas semanas estávamos na mesma mesa. Naquela sexta-feira ele me atraiu com uma fotografia, enviada pelo whatsapp de um belo corte de carne de ovelha. Sabedor de que eu gosto, não tive como recusar o convite para ir no batizado da netinha dele, a Maithê.
Assim ele era, um sujeito bonachão, brincalhão e amigo de todos, por isso todos o chamavam de Amigão. Convivemos por décadas, principalmente após eu me mudar para Santa Catarina, em 92 quando eu comecei a trabalhar em A Notícia, morando em Joinville, nos finais de semana de folga eu ia para Itajaí, na casa da minha irmã Selita e de meu cunhado Idalécio. Lá sempre fizeram de tudo para que eu me sentisse acolhido. Eu já era parte da família dele, também, com os pais, irmãos e tios. Eu era um novo agregado.
Era transparente, gostava de pessoas e ajudava os menos assistidos. Fazia “churrasco” de peixe charutinho na rua para a vizinhança. Sempre pronto para um passeio. Era o tipo que tirava sua camisa, seu casaco para cobrir outro com mais necessidade..
Enfrentou dificuldades durante a vida, porém superadas com a alegria, otimismo e fé que sempre teve. Não perdia a Romaria de Santa Paulina e missa aos domingos. Sua fé ajudou a sobreviver ao câncer.
Mas sua paixão por motocicletas foi também o encerramento de sua alegria viver..
Sempre vou recordá-lo com muita gratidão e carinho e sua voz não vai sair de meus pensamentos quando me convidava para um almoço de domingo no fogão à lenha onde fazia suas comidas, suas frituras de peixes e bolinhos. Também tinha um pedaço de ovelha para me atrair.
Tchê! Olha só a ovelhinha que tem para ti.
É claro que eu iria, pois a companhia dele era insuperável.
Cultivem seus amigos, visite-os, compartilhem, pois a vida é muito curta, incerta e imprevisível.
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