Senti uma sensação de estar sendo observado por um predador perigoso. Continuei lavando louças na área externa da churrasqueira, onde gosto de tomar café, chimarrão apreciando as árvores, passarinhos e fazendo companhia para a última cachorrinha, ainda viva, a Isis, que está no fim de seu ciclo.
Noto manchas vermelhas no piso cerâmico, que parecem sangue. Poderia ser da cachorrinha que está com feridas devido às escaras por ficar deitada o tempo todo, a velhice tirou a mobilidade dela.
Verifico, mas isto seria impossível já que ela nem levanta da caminha. Ouço o barulho de pingos no chão que espalham um líquido vermelho . Vagarosamente olho para o alto e lá está ele, um enorme vampiro, capaz de fazer inveja ao Drácula. Um morcegão.
Olhou fixamente para mim com seus olhos vermelhos e deu mais uma mordida na goiaba e seu interior vermelho. Não gostou da minha presença. Como se fosse vingança soltou a goiaba em minha direção que se estrebuchou no chão. Já o sol viria, tratou de bater as asas e sumiu na escuridão da madrugada.
Eu nem iria querer a goiaba mesmo. Restou limpar a sujeira do vampiro. Deve ser efeito da bela lua noturna.
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