Nas festas da “firma” de final de ano sempre é com para ouvir façanhas, causos contados e requentados e outros inéditos. Estávamos proseando, eu e uns companheiros e um colega contou esta que reproduzo fielmente, conforme os dados verídicos, verdadeiros e testemunhais.
Um dos amigos, apreciador do bom rock'n roll, estudioso do assunto e frequentador de show dos colegas na rede underground se interessou por uma garota que estava numa dessas apresentações. A noite foi boa, receptiva, agradável. Depois de algumas doses de Gin, até hollywood ficaria enciumada com as cenas de beijos ardentes. Tudo correndo bem.
-Vem, vou te levar para casa. Convidou o nosso colega.
- Tudo bem, vamos, só vou avisar minha amiga, respondeu a garota com uma tatuagem de Ozzy mordendo a cabeça de um morcego, franja de Amélie Poulain, cabelos pintados de vermelho com mechas douradas. Até aí tudo bem.
No estacionamento, ele limpa o banco do carona para a garota entrar. Um monte de embalagens de biscoito, chocoleite e proteínas de corredores e de gente que frequenta academia. Atirou tudo para o banco traseiro. Seguiram até o bairro onde ela morava. A cada quilômetro mais distância, mais escuro e o frio na espinha do conquistador foi aumentando.
Falta muito? Questionou, e ela disse que era logo ali..e foi indo. Nesta hora ele já estava arrependido, mas seguiu. Afinal era rockeiro, mas também um cavalheiro. Não deixaria a dama no ponto de ônibus, e ela que pegasse o primeiro ônibus em direção onde morava. Depois de meia hoje de entra aqui, vira lá chegaram.
Todo faceiro, desceu do carro e se preparou para entrar na casa da garota e passar uma noite de amor. Ela disse que tudo bem, mas não naquela noite, e sim na noite seguinte desde que ele viesse trocar uma janela que ela comprara, pois a atual quebrou e não fechava direito. Estava muito podre, comida de cupim, amarrada com um fio de luz. Completamente puto da cara foi embora mas botou na cabeça que voltaria no dia seguinte, pois estava muito interessado em ficar com a garota.
No dia seguinte, um guitarrista amigo iria tocar lá para os lados de Campo Alegre e pediu que ele o levasse, com a caixa de som, pagaria a gasolina. Uma luz se acendeu e nosso colega prontamente garantiu a carona desde que o guitarrista amigo o ajudasse a instalar “uma janela”.
Chegando na casa, deu a ordem. Vai tirando esta janela aqui que eu já volto. Depois te ajudo a colocar a nova e a massa e o reboco, faço outra hora. Enquanto o guitarrista estava na marreta demolindo a janela velha e preocupado em chegar a Campo Alegre o amigo designer sumiu e voltou meia hora depois todo feliz, com um sorriso de canto a canto da boca. Equilibraram a nova janela no buraco e fixaram com uns calços de tocos de madeira e pedaços de tijolos. Seguiram rapidamente para o carro e lá de fora, com o carro ligado e engatado na primeira marcha, ele gritou para a garota dona da casa:
Outra hora a gente vem chumbar a janela. E seguiram serra acima. Parece que não voltou para concluir o serviço. Perdeu a colher de pedreiro e nem lembra o endereço.
Semana que vem conto outra aventura deste vivendo. A Noite do Pé de Pano, Aguardem.
Muito bom!
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