Perdi um grande amigo!
“Você meu amigo de fé, meu irmão camarada
Amigo de tantos caminhos e tantas jornadas
Cabeça de homem mas o coração de menino
Aquele que está do meu lado em qualquer caminhada
Me lembro de todas as lutas, meu bom companheiro
Você tantas vezes provou que é um grande guerreiro
O seu coração é uma casa de portas abertas
Amigo você é o mais certo das horas incertas”
Esta letra de Roberto Carlos traduz muitas histórias semelhantes.
Convivemos por 27 anos, desde 1992. Somos da mesma cidade Erechim (RS). Em determinada época estudamos na mesma escola nos Subúrbios.
Mas foi em Joinville que nos conhecemos quando entrei na Prefeitura.
Acompanhei seu trabalho e fui parte de sua carreira como assessor de comunicação de seu trabalho na Secretaria de Habitação, como vice-prefeito, como prefeito, como secretário estadual de Educação e deputado federal. Participei ativamente de suas atividades e de suas campanhas eleitorais.
Foi o melhor prefeito que Joinville teve. Não é elogio gratuito. É só avaliar os números. Foi o governo que mais fez asfalto, que mais festa escolas, postos de saúde Pronto Atendimento 24 horas, abrir grandes avenidas como terceira etapa da Marquês de Olinda e a rua São Paulo, construiu a Arena, o Megacentro, o Expocentro, recuperou a Estação Ferroviária. Colocou Joinville num patamar de excelência na Educação por acreditar na equipe qualificada que tínhamos. Concluiu a primeira parte do Complexo Emergencial do Hospital São José. Enfim a lista é grande. Os joinvilenses sabem.
Foi vítima de intrigas, maledicências e de processos por denúncias vazias e políticas que acabaram o inocentando ao longo dos anos devido a sua inocência. Inventaram tanta coisa que parece absurdo. E o pior as pessoas tendem a acreditar sem saber do que se trata. Gosto de explicar ao mais idiota. Quando ele teve coragem de municipalizar os serviços de água, correr com a Casan daqui e criar a Companhia Águas de Joinville, foi processado por “improbidade administrativa”. Ele fez o bem para a cidade. Recuperou um patrimônio. Mas ninguém pesquisa e muitos colegas de imprensa também são obtusos: “mas ele tem processos de improbidade”, repetiam em suas manchetes e comentários. Mas nunca leram do que se trata. Sofreu calado com as acusações.
Era firme, determinado, focado. Tinha resultados. Se não fosse o seu trabalho teríamos imensas favelas, não teríamos os bons conjuntos habitacionais que atendeu milhares de pessoas: Dom Gregório, Ulysses, João Pessoa, João Medeiros, José Loureiro e outros.
Convivemos muito juntos, viajamos pelo mundo. Brigamos, nos separamos, voltamos a trabalhar juntos. Mas a amizade e o carinho recíproco sempre existiu.
Como diz o gaúcho: a porteira não tem tramela. Várias vezes quando via barulho no portão era ele entrando. Quando era prefeito fazíamos encontros/churrascos com colegas e amigos na minha casa e alí ficávamos muitas horas.
Quando eu estava cansado ia dormir e dava o recado: quando for embora encosta a porta.
Assim foram muitos anos de convivência.
Seu coração era enorme. Tirava de si para ajudar as pessoas. Fui testemunha disso inúmeras vezes.
Emburrado, teimoso, muitas vezes grosseiro, Mas era meu amigo e assim convivemos quase três décadas.
Teria mais três décadas de vida ainda, mas infelizmente se foi.
Que Deus o acolha, com toda sua vontade e sua alma possa camperear livre pelos campos do Senhor.
Vá com Deus! Meu amigo de fé, meu irmão camarada Marco Tebaldi.
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