Mildau no circuito internacional
Mildau é uma região rural de Joinville. Um pedaço bonito de terra. Propriedades com grama, animais e já teve sua fase áurea quando existia a Sociedade Mildau, um famoso clube que reunia a comunidade, fazia bailes de fama e a comida tradicional alemã que nada perdia para os melhores restaurantes do mundo. Rivalizava com o Rio da Prata, Dona Francisca, Estrada Bonita e Vila Nova. E tinha um talentoso grupo de dança germânica.
Poucos sabem que o Mildau quase entra para o circuito internacional de eventos esportivos. Em 2006, eu e o Tebaldi que era prefeito fomos a Pequim na inauguração da fábrica da Embraco e levamos o vereador do distrito Odir Nunes. Na volta paramos em Marselha onde participamos de um encontro entre Brasil-França. Era maio e pertinho dali estava acontecendo o Circuito de Fórmula 1 no Principado de Mônaco.
Odir ficou curioso e se informou como poderia ir a Mônaco. Não deve dúvidas seguiu para a Estação Saint Charles de Marselha, comprou o bilhete standard por 35 euros, em torno de 140 reais. Embarcou, pegou uma janelinha e pontualmente às 5h58 o TGV saiu. Percorre o sul da França, e vai apreciando lugares bonitos como Toulon, Saint-Tropez, Cannes, Nice e finalmente Mônaco, após 3h13 minutos de três.
Desceu do comboio e rumou ao centro, era pouco mais de 9h. Dava para passar o dia vendo o circo de Fórmula 1. Andou pelas ruas de Monte Carlo, olhou os cassinos por fora e foi apreciando as belezas do principado até chegar no Quartier Du Port, que se transforma em pista de Fórmula 1 durante o circuito.
Observou, anotou toda a logística, os carros, pilotos, mecânicos, população, turistas, hotéis lotados, bares e restaurantes apinhados de gente gastando. Dia de sol, bonito. Pensou em chegar na mansão dos Grimaldi e falar com o Príncipe Ranier. Mas falar o que? Se apresentar quem sabe: - Alles blau, sou o Odir de Pirabeiraba. Imaginou que não entenderiam, Ali falam francês.
No final da tarde, às 17h44min mas ainda claro, já que no mediterrâneo o sol desaparece completamente só às 22h, voltou para a Estação Monte Carlo, embarcou no trem, cansado e 3h17min depois chegou de volta na Saint-Charles em Marselha. Nos encontrou no hotel e descemos caminhando para a região do porto onde fica a prefeitura e alguns restaurantes com vista para a baía. Sentamos no La Voile Marseillaise. Pedi um vinho e um bouillabaisse e perguntei como foi a viagem e os motivos.
Queria conhecer porque vou apresentar um projeto na Câmara e vamos transformar o Mildau. Vai ser um centro turístico esportivo, de culinária e cultural mundial. Justificou o vereador.
Mas de que jeito? Lá só tem uma rua que o prefeito asfaltou, uma serraria fechada o clube capenga e mais nada. Interpus.
Nada disso. Se aproveitarmos as belezas naturais e construirmos o Patódromo, teremos muitos turistas.Explicou com entusiasmo.
Patódromo? Indaguei.
Sim, Um Patódromo internacional igual estes autódromos de carros. Lá no MIldau fazem a corrida do pato mas não tem um patódromo. Se construirmos o patódromo, vem equipes de corrida do pato de outros lugares. Vamos ter as acomodações para os patos. Alojamento para as equipes e a sociedade vai ganhar dinheiro com o evento. Será algo inédito.
Tá bom, boa idéia. Leve adiante. Não contrariei.
Por isso que eu digo, quase que o Mildau entrou no circuito internacional de turismo. Com O Patódromo. Poderíamos inaugurar com banda de música, descerramento de fita e discurso. Teve um prefeito que inaugurou um semáforo na Vila Nova e um Pecódromo no Canela (isso mesmo, uma quadra de jogar pêca ou bolita).
-E o Patola da Estrada Palmeira vai ganhando a corrida por meio pescoço….diria o locutor.
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