quinta-feira, 11 de junho de 2020

Raios e trovões

Raios e trovões



A chuva era forte, como se fossem baldes caindo das nuvens.  A cada raio e trovão a pequena casa de madeira estremecia e a velha avó fazia cruz de sal para acalmar a tempestade. Da janela da cozinha, ao lado do fogão à lenha, ele só observava os clarões, as flechas flamejantes que vinham  do céu. Seria o castigo de São Pedro aos pecadores do mundo?

Se for um mandado do patrão velho lá de riba?

  • Não fique perto do espelho e não segure faca porque atrai raios. Eram os conselhos. Mas nada melhor do que ficar com a faca prateada uruguaia nas mãos abrindo pinhão sapecado na chapa do fogão ou amendoins torrados no forninho. 

Medo? Nem pensar. Não nasci em noite de tempestade. Nasci valente, corcoveando pelos campos  e nunca tive medo de assombração. Que venha mais um raio.- Brrrr! Buuuummm! Trommmm! E se fez o clarão, a lança de fogo caiu no campo santo em cima da coxilha. Mais um galho do sombreiro que cai.


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