terça-feira, 18 de maio de 2021

As costuras de Casildo

 As costuras de Casildo



Já era esperada esta triste notícia. Acordei e li o ocorrido, mas já era algo que se esperava. Ele estava doente e fora hospitalizado. Mas é bom guardar a imagem de um sujeito de coração maior que Santa Catarina, de alguém bem humorado, brincalhão, mas que sabia exercer autoridade com respeito

Morre com Casildo uma fase da história catarinense e de grandes líderes políticos carismáticos e amados pelas pessoas.


Em 2001 quando foram derrubadas torres gêmeas de Nova Iorque, estávamos no San Willas Hotel em São Miguel do Oeste e o Diário Catarinense publicou uma pesquisa do Ibope e que Luiz Henrique nem teria chances contra Amin. Isto um ano antes da eleição. Luiz Henrique ficou chateado, visivelmente abatido. Casildo tratou de animá-lo. 

-Luiz, temos muito chão e poeira pela frente, Vamos ganhar essa. Tentava animar.

Na volta, eu, Luiz Henrique e Casildo num Sêneca voltamos tarde da noite. LHS chateado nem falou com a gente. Eu e Casildo secamos uma garrafa de uísque para afogar as mágoas.

Mas não esmoreceu e nem deixou LHS ficar chateado, continuou firme por toda Santa Catarina para eleger o amigo governador. 

  • Luiz Henrique diz que sou costureira! - brincava ele pois LHS falava das costuras políticas que o senador oestino não se cansava de fazer. Buscava os históricos, convencia os novatos de que era importante buscar todos, inclusive de outros partidos para obter a vitória.

Assim era Casildo, um ser humano merecedor de ser seu amigo.



Senador da Galícia


Em outra ocasião, estávamos em Porto União, no distrito de Nova Galícia. Era uma festa da comunidade ucraniana. Uma professora havia feito uma exposição de fotos da Lumber, empresa americana que assassinou a floresta catarinense para abastecer o mercado americano.

 

E ali estava a foto de Ted Roosevelt, que foi presidente americano, na época senador. E Casildo, no discurso da professora, foi o segundo senador a por os pés na Nova Galícia. Primeiro Roosevelt e segundo Maldaner. 

Era bom companheiro de estrada, alegre e brincalhão.


Me chamava de “irixim”, com seu sotaque alemão. Ele era de Carazinho, perto de Erechim região que ele conhecia e em nossas andanças conversávamos bastante nos longos trechos de cidade em cidade em busca de votos para tornar Luiz Henrique governador.


Em 2013 esteve em Joinville, me ligou e fomos ao Sopp, restaurante bacana que não existe mais. Ali comemos Hackpeter e insisti para ele experimentar o submarino.

Tomou dois ou três submarinos, um ato de valentia.


Este era Casildo, uma alma enorme que Deus o tenha.




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