sábado, 4 de fevereiro de 2023
LEMBRO DELA TODOS OS DIAS, RITA CADILLAC A MELHOR CHACRETE
Esta semana conversei com um colega de trabalho que há tempos não o via. Recordamos fatos de 30 anos, comentamos sobre colegas por onde andam, quem foi para o Céu e quem foi para o Inferno. Após a fofocama atualizada não pude deixar passar e perguntar se ele ainda lembrava da eterna musa das tardes de sábado: Rita Cadillac. Ele não perdia o Cassino do Chacrinha só para ver as chacretes. Também apreciava as Boletes do Bolinha. Mas como ela nunca haverá outra.
Lá por 1995 a estrela e musa do meu amigo veio a Joinville fazer um show em uma casa noturna famosa, daquelas onde há bebidas e garotas que prestam serviços. Cartazes colados pela cidade anunciavam que estava confirmado o show da Cadillac na sexta-feira.
Na data, ele ainda jogou um futebol com a turma. No final do primeiro tempo abandonou o campo, foi direto para o chuveiro e minutos depois se despediu do pessoal. Nem quis saber do churrasco e da cerveja. Todo perfumado, camisa nova e sapato preto bem lustrado. Seguiu seu destino, guiando um Fiat Oggi verde. Ficaria bem pertinho da Deusa.
O espetáculo da Rita Cadillac começou por volta da 1 hora e a casa estava lotada. Era comum os mais afoitos chegarem pertinho para beijar a bunda da Cadillac. Fazia parte do show. Mas era coisa organizada. Um por vez para não tumultuar.
Chegou a vez do companheiro e ele se entusiasmou. Beijou várias vezes e ainda não queria sair. Chamaram o garçom que era amigo dele para convencê-lo a se portar, pois aquilo era uma casa de respeito. Que nada! Estava ensandecido de estar bem pertinho do seu sonho de conquistas que só via pela TV durante anos. E agora ela estava ali, pertinho e sentiu o gosto do suor da dançarina.
Sem controle, lá pelas tantas veio um armário de 4 portas e só pegou nos dedos da mão e torceu. imobilizado foi convidado a se retirar antes do final do show. O gran finale foi na emergência do hospital em uma cirurgia para recompor o dedo torcido e quebrado.
Perguntei se ainda lembra da Cadillac, e ele me respondeu até com uma leve saudades:
Lembro todos os dias. Dela, do show, do beijo que dei. Todas as manhãs quando levanto lavo o rosto e olho para minhas mãos. Este dedo torto e imóvel para o resto da vida. São os ossos do ofício e da alegria de estar bem pertinho. E deu uma enorme gargalhada.
Vou enviar a ele um disco da Rita Cadillac. Ele é apreciador de vinil. Defeito do meu amigo é que em vez de beber Rabo de Galo, Traçado, Mercedinho, Porta Aberta. Está fino, chic. Só quer Gin Tônica, Hi-Fi, vinho de pedigree e espumante em taça de cristal com o dedo mindinho levantado…
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